segunda-feira, 9 de abril de 2012

«Quando Pascoaes inventou Portugal não se deu conta do que tinha feito: pensou que se tinha limitado a descobri-lo.»



«Quando Pascoaes inventou Portugal não se deu conta do que tinha feito: pensou que se tinha limitado a descobri-lo. Quando imaginou os Portugueses, entregando-lhes as palavras e as visões que só a ele pertenciam, enganou-se. Os Portugueses de Pascoaes nem sequer existiam. Pascoaes nunca percebeu que era tudo invenção dele. Escreveu um livro, a Arte de Ser Português, recusando a responsabilidade da criação, na ânsia de ser apenas um espectador.
Pascoaes não queria ser mais um poeta. Queria servir, servir e pertencer. Não queria ficar de fora nem sozinho. Queria escrever, mas escrever como quem presta um serviço: um serviço de observar, de ouvir, de descrever. Não queria ser mais um escritor português. Queria ser o escritor através do qual escrevia Portugal. Nem menos!»

Miguel Esteves Cardoso

Teixeira de Pascoaes
ARTE DE SER PORTUGUÊS

apresentação de Miguel Esteves Cardoso

Colecção BI 020 | PVP:5 euros

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